quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

Mistureba in Vancouver




Estamos em 2011, estou em Vancouver, sentindo a falta de muita coisa no Brasil, mas a minha cabeça não sai daqui de jeito nenhum, com certeza todas as energias positivas que meus amigos, namorada e família me enviaram e me enviam para que essa jornada seja um sucesso estão se realizando.

Essa cidade é maravilhosa, tudo funciona aqui, desde o sistema público de transporte, até a educação da população, todo mundo educado, ninguém até agora foi grosso ou rude comigo, mesmo eu não sendo fluente no inglês.

Em 5 dias que estou aqui visitei lugares maravilhosos, onde sempre tentei conversar com algum canadense para conhecer um pouco mais da historia do lugar, ou sobre o povo canadense mesmo, falando pelo menos sobre o povo de Vancouver, é um povo bem alegre, que adora seus turistas, os tratam muito bem.

Numa dessas andanças, pela marine West side fui pensando na vida, na minha repetência na faculdade, no meu futuro, na minha vida, viajei demais, enfim, tenho certeza que ainda não conheci 5% de tudo que essa cidade tem a oferecer, pretendo ir a um jogo de hockey, que é o esporte favorito daqui, tão favorito, que a cidade para quando tem jogo da seleção de juniores que está disputando o campeonato mundial, e ontem após ganhar de 4x1 dos EUA, estão na final.

No segundo dia assisti dois terços do jogo do canucks (time local) num pub, o canucks depois de 5 anos, voltou a liderar sua divisão, ou seja, a galera aqui para geral pra ver o Canucks jogar.

Outro dia, morrendo de saudades do Brasil, comi num restaurante brasileiro, não bastando almoço, aproveitei e jantei por lá também, mas no almoço, sai meio deprê, com saudade de casa, inseguro com esses dois meses, fui em direção a Granville Street, onde tem umas lojas legais, diferentes, e o Pacific Center (uma espécie de shopping), comprei um energético e sentei do lado de fora para ouvir a música (muitas lojas daqui põe auto-falantes do lado de fora para compartilhar as músicas com os pedestres) e logo começou minha banda favorita a tocar, delicioso tudo isso.

Na escola conheci uns árabes, muito legais, TchuTchu, fã do futebol brasileiro, e Gáli, que eu não entendi nada do que ele disse, mas me parece ser muito sangue bom, conheci além de mais alguns brasileiros, Lari, Babi, Fernando, e um que não sei o nome ainda, a Eve uma suíça, que não quer de jeito nenhum morar na suíça, não sei porque, queria ver se ela fosse pra Colombia, se ia querer voltar.

Outro fã de nosso futebol, é o Fernando, o outro estudante que mora aqui na minha casa, muito legal ele, apesar do cara morar em Madri, ele torce pro Barcelona, e acha que vai casar em mais dois anos, porém em 2014, ele quer vir pra Copa, sem a mulher dele.

A verdade é que procurei as respostas de muitas coisas que andei me perguntando nesse tempo, há alguma sem resposta ainda, algumas que só o tempo poderá responder, mas to feliz, e darei o máximo de mim nessa jornada, pois se por um lado eu tirei o orgulho dos meus pais ao repetir, por outro eu sei que tenho a chance de orgulhá-los com esse curso, de aprender “as much as I can”, e com certeza usar não só o inglês que aprenderei aqui, como toda essa experiência que to tendo, para passar aos meus filhos, netos e bisnetos, simplesmente como meus pais fazem.

Enfim, escrevi tudo junto, de forma estranha, mas acho que hoje a única maneira de mostrar tamanha excitação com esse momento da minha vida é essa, escrever o que vem na minha cabeça, puxando na memória tudo isso, e revivendo esses momentos. Não sei se vocês conseguiram entender tudo isso, sei que alguns conseguirão, mas escrevi, pois andando sozinho lembrei muito do “Into The Wild” e lá diz a verdade: “Hapinness only real when shared” e vocês são as melhores pessoas do mundo para compartilhar a minha felicidade