domingo, 4 de dezembro de 2011

Contradição Depressiva

  Final de semana, sozinho em casa, seus pais estavam viajando, sua irmã estava com suas amigas em alguma praia do litoral norte, ou em alguma balada da zona sul, acendeu o cigarro no canto da varanda, e repensou um pouco em tudo que havia passado naquela semana.

  Pensou muito em seu trabalho, que amava, e era a única coisa que alegrava ele dentro do curso desagradável de arquitetura que ele fazia, um curso feito por pessoas que se acham mais que as outras, e que não conhece nada da vida, seu sonho mesmo era trabalhar dando aulas de inglês, língua que amava, e que sabia que tinha potencial para ensinar, afinal em 4 meses que sua empregada trabalhava lá ela já tinha aprendido a dizer “muito obrigado...de nada...” em inglês.

  Ligou seu rádio com alguma música bem alta que o levasse para fora daquele momento, não queria pensar, para que não se sentisse mal por não gostar do que fazia, ele até gostou durante um tempo, mas como toda paixão um dia acaba, e o que ele sentia pelo inglês era amor, e amor não morre, essa era a visão que ele tinha de tudo.

  Seu talento para projetos de arquitetura era nato, e nas horas livres sempre estava desenhando alguma coisa que lembrava seus estilos preferidos, mas o enjoava ver aquelas pessoas que não tinham um talento sequer entrarem no curso porque o papai mandou, porque alguém já indicou, ou simplesmente, pra fazer projeto de urbanismo na prefeitura e encostar a bunda. Quanto ao inglês não existia aquilo, quem sabe inglês, se sente feliz por saber outra língua além do português, e aquilo o animava, achava que as pessoas aprenderiam inglês, simplesmente por quererem aprender algo novo.

  E por mais que não quisesse mais pensar na contradição que ele transformava a vida, não conseguia, cada vez pensava mais e mais, e todos os amigos já tinham lhe dado conselhos para que terminasse a faculdade, e depois fizesse o que ele realmente gosta, já estava no final, faltava tão pouco, mas aquele ambiente cheio do pessoal da zona sul, o irritava, não agüentava ouvir uma conversa daquele tipo de pessoa, e por mais que fosse um daqueles, ele não se sentia parte daquilo, ele se sentia criança que ia a primeira vez pra escola, com vontade de dar meia volta e abraçar a mãe.

  Não estava afim de abandonar o curso, pois o iam chamá-lo de fracassado por abandonar alguma coisa simplesmente por ter perdido o tesão naquilo, e seguido no que realmente acreditava que era bom, ensinar inglês, mas sabia que as pessoas o olhariam torto, pois ele fracassou na faculdade.

  Resolveu deixar toda aquela contradição depressiva de lado, vestiu uma blusa de frio, pôs a bermuda e o tênis, e foi embora, mais uma vez sem resolver nada, mas sabendo que odiava o que fazia, e que amava algo totalmente o oposto, mas o que ele ia fazer? Ia pra casa da namorada, filosofar sobre tudo isso, e não concluir nada.

quarta-feira, 21 de setembro de 2011

TOP 5 - Piores Adesivos

Bom Dia, Boa Tarde, Boa Noite, Andei pensando que apesar de cada carro ter seu próprio motorista, caronas, etc... as vezes parece que é tudo uma coisa só, tamanho clichê e vontade de ter coisas horríveis no seu carro. Então resolvi sair pela minha cidade, São Bernardo do Campo, relembrar quais as modas de adesivos ruins, e quais que são as atuais modas. Não basta o farol de xenon, não basta as cornetas e o funk, tem também os adesivos, e esses são os que eu considero pior que xenon, corneta, neon e afins..
5° Lugar - NOS - Nitrous Oxidus System - hoje nem se vê mais por aí, mas na época de "Velozes e Furiosos" ou "Need For Speed Underground" era a moda daquela malandragem que se achava da patota do racha, via-se por aí nego com uno 92 1.0 com adesivão do NOS no carro...poor boys... Pra quem não sabe o que é, NOS é um oxido nitroso como o próprio nome diz, sendo usado em carros para aumento de potência, com a famosa fórmula N2O. Ultimamente a moda da galera "fast and furious é aquele adesivo do velocimetro.
4° Lugar - Cowboy - Até pelo mesmo motivo do NOS, teve a moda, a galera que é desse role ainda tem em seu carro, ou nem usa também, então deve ser respeitado, mas é lógico, que por ter sido moda, e sequer ser um adesivo bonito quando colado em um carro, é válido ter algum comentário de minha parte aqui. E com certeza nessa categoria, entra o do estancia alto da serra.
3° Lugar - ASA DE ÁGUIA - já que falei do Estancia do Alto da Serra, nada como lembrar o que mais rola por lá, MICARETA! UHU! RADICAL! E o que podemos falar de quem tem adesivo do ASA? sou do trio do asa? sou chicleteiro? Pô, beleza, eu amo rock and roll, mas nem por isso digo que sou rockeiro no meu carro, e olha que rock é melhor que axé. Mas entra na categoria dos dois acima, tem a patotinha que acha legal ir nesses lugares e tudo mais.
2° Lugar - FAMÍLIA FELIZ - Não, esse é o pesadelo de todos os adesivos ruins, mas ele fica com o segundo lugar, porque eu não sei como essa moda começou, eu não estava no Brasil, recebia uns dois emails por dias com o nome "Família Feliz Gaucho", "Família Feliz de Campinas" e não entendia o adesivo de dois homens no carro, achava que eram irmãos, pai e filho, sei lá. Mas quando voltei ao Brasil e vi aquele adesivo com geral no carro, pai, mãe, amante, filho, filha, cachorro, etc... me deparei com um adesivo ridiculo e que pra mim de verdade quem usa esse adesivo vive um processo de auto afirmação de que sua família é boa
1° Lugar - OAKLEY - SIM! a marca cara, objeto de ostentação por parte de ricos, pobres e classe média. Sim, eu também tenho uma blusa da marca e ostento muito o fato de ter #ironia. Esse adesivo você pode ter certeza que encontrá normalmente num chevette, até hoje eu não entendi o uso de adesivo da OAKLEY, como não entendo o uso de adesivo de marcas de roupa no carro. Porque tudo bem, se você usa o do NOS, você tira racha, se você tem o da família feliz significa que você é bobo, agora o que significa marca de roupa? E você? Qual é o pior? Há pior que esses? Fui no máximo do pior que São Bernardo do Campo me permitiu, caso tenha esquecido de algum me avise.

segunda-feira, 29 de agosto de 2011

O filme que me fará voltar aos cinemas, "Um Dia"



Esse ano foram 6 livros lidos, três em inglês, sendo dois no Canadá e um aqui no Brasil, os outros três em português, todos aqui no Brasil, somente um, Feliz Ano Velho, eu já havia lido, os outros eram inéditos.

Entre esses teve um que comprei em junho e somente resolvi ler agora em Agosto, seu nome é “Um Dia”, autor David Nicholls. Conheci esse livro, passeando pela livraria cultura por volta das 18h, vi um monte de exemplares e resolvi pegar um e dar aquela folheada, amor a primeira vista.

O livro conta a historia de Emma e Dexter, dois jovens que se conhecem na noite da formatura em 1988, e o livro mostra a evolução, brigas e afins dessa amizade ao longo de 20 anos, até 2008.

É claro que não vou contar sobre o livro aqui, pelo contrário, seria bom se todos lessem, pois é uma historia fantástica, onde o autor consegue invadir a cabeça de seus personagens, demonstrar os altos e baixos deles, bem como as fases da vida de cada um deles nesses 20 anos.

Pois bem, ontem procurando uma página oficial do livro no facebook, reparei na página do filme, sabia que os direitos de produção haviam sido vendidos, mas não sabia que já estava sendo produzido, pois bem, já está.

Um elenco que posso dizer de primeira:

Diretor: Lone Scherfig (Educação

Elenco: Anne Hathaway (Diabo Veste Prada), Jim Sturgess (Across the Universe) and Patricia Clarkson (Vicky Cristina Barcelona).

E uma curiosidade, além do livro, David Nicholls também escreveu o roteiro do filme, o que pode ser a dica para que o filme seja tão bom quanto o livro, e assim todos, que assim como eu gostaram do livro, gostarão do filme.

Esse é o link do trailer, que está em inglês:
Ps: desculpem pela ignorância do blogueiro, mas não sei por link nem player do youtube...não sei mais mexer em html também :(

http://www.youtube.com/watch?v=GU4qLmIXbOE&feature=player_embedded

terça-feira, 2 de agosto de 2011

O Desabafo

Enquanto abria a garrafa de vinho, acendia seu cigarro, olhava para todos que estavam na mesa a sua volta, porém havia uma cadeira vazia, e sentia falta da pessoa que ali não estava. Todos eram seus amigos, amigos de longa data, porém quem faltava também costumou ser uma grande amiga por um bom tempo.

Nunca foi de esperar muito das pessoas, pelo contrário sempre se preocupou mais em ajudá-las do que em se ajudar, e de uma hora para a outra tudo estava caindo, tudo parecia estar perdido, abrir aquela garrafa de vinho, apesar do curto tempo que levava, nunca pareceu demorar tanto.

Sempre quis a verdade, mas nem sempre teve, nunca ligou para mudanças de opinião, mas se irritava facilmente com hipocrisias.

Serviu o vinho para todos, sentou, cruzou as pernas, e acendeu outro cigarro, apenas ouviu o que se falava a mesa, não emitiu qualquer tipo de opinião, e sequer absorveu o que ali se falava, sua cabeça estava longe, em outro plano, em outro lugar, e pensando em outra pessoa, que não estava ali.

Gostaria que todo mundo o entendesse, mas preferia ficar quieto, e não falar nada sobre o que se passava em sua cabeça com ninguém, por mais que quisesse não queria ouvir a opinião alheia sobre algo que era somente seu.

Se levantou, serviu-se de uma bela dose de Bourbon, e tomou num gole só, esperou o álcool agir em seu sangue, pegou uma chave de sua casa, e deixou a outra com seu melhor amigo, pegou os fones de ouvido e o maço ainda novo de cigarro na mesa.

Garoava na rua aquela noite, mas não se importava, entre a música de seu ouvido, o cigarro de sua boca, havia a consciência do para onde estava indo, e o que iria fazer ou falar, conhecia aquela pessoa melhor do que ninguém para saber seus passos.

O primeiro restaurante que a levou, era o seu preferido, Bourbon inglês da melhor qualidade, com o melhor blues que já ouviu em sua vida, amava aquele lugar, e ela passou a amar também, foi informado por outros, que ela sempre ia de sexta feira, mesmo com o fim do relacionamento dos dois.

Ao chegar no restaurante, olhou para a mesa de sempre, e se deparou com a sua musa inspiradora, sentada com um outro rapaz, com roupinhas da moda, prata no pescoço, boné “new era” de lado, e anéis de prata espalhados pelo dedo, ou seja, alguém que nunca foi o que ele almejou ser, otário.

Sentou no balcão e só esperou a movimentação da garota, a hora em que ela entrou no corredor escuro, ao lado da porta de saída do bar, ele deu dois passos seguindo-a, puxou-a pelo braço e lhe deu, aquele que talvez tenha sido o melhor beijo que já deu em alguém, um beijo que envolvia sentimento, pegada e adrenalina, ao fim, lacrimejando, disse:

- Eu te amo, era isso que você sempre quis ouvir, e eu nunca tive coragem de dizer, tudo que eu mais quero é ter você pra sempre na minha vida.

Ainda sob lágrimas, virou-se de costas, pôs os fones, acendeu um cigarro e saiu naquela garoa, que naquela hora tornara-se uma chuva forte. E ela, sem entender, voltou para a mesa.

Agradecimento: A brother de skype, Pam Stort, pela ajuda com o final sem final, e com o título.. Valeu PamPam We're together, brow!

domingo, 19 de junho de 2011

Sábado - DeMolay

Sábado, período da tarde, jovens de 12 a 21 anos, aproveitam esse primeiro dia do final de semana para irem ao clube, para algum bar, por o papo em dia com os amigos, alguns outros, preferem estudar, aproveitar a família, enfim são cada um prefere fazer alguma coisa diferente.
Eu já fui desses, sempre gostei de ir para o clube e jogar meu tenis, um futebol com os amigos, chegar em casa ao fim da tarde, sair pra jantar com meus pais, e a noite ir para algum lugar com meus amigos.
Com 18 anos, meio tarde, entrei para a Ordem DeMolay, um grupo de jovens de 12 a 21 anos, cujo o principal objetivo é formar líderes, patrocinado pela maçonaria, um grupo que só veio para o Brasil na década de 80.
Apesar de entrar tarde, e ter apenas 3 anos para fazer meu trabalho, passei por diversos cargos ali, aprendi muitas coisas, não apenas que dizem respeito a DeMolay, mas que dizem respeito a vida, ao futuro, e a maneira de conduzir o presente.
Os DeMolay fazem suas reuniões aos sábados, sempre na presença de um membro da maçonaria.
Com certeza, muitos meninos preferem não entrarem na Ordem por conta desse sábado, ninguém quer perder seu sábado sagrado para se reunir em mais uma "escola", porém ninguém pensa no custo beneficio que a DeMolay gera, e não adianta dizer o quanto de aprendizado existe nesses sábados.
Hoje, com 22 anos, analiso a Ordem DeMolay por fora, e sei o quanto essa reunião de sábado é capaz de mudar a vida de pessoas, vi exemplos de meninos que chegaram na Ordem perdidos, e que hoje tem um direcionamento pronto para sua vida, de forma que alguns apenas pensavam em terminar o colegial, e hoje esses estudam para passar em alguma faculdade. Outros entraram mudos na DeMolay e saíram de lá falando pelos seus cotovelos.
Aquele sábado que para alguns pode ser jogado fora, em bares, clubes, para alguns outros é uma ponta de esperança em busca de um futuro melhor, nesses 4 anos de Ordem, aprendi o quanto é importante reconhecer e respeitar não só a opinião, mas a vida de cada pessoa, dentro e fora da Ordem.
Passei por momentos difíceis dentro da DeMolay, mas passei por muitos momentos maravilhosos, e ultimamente, olhando por fora e lembrando das dificuldades pelas quais meu capítulo passou, momentos de emoção.
A idéia desse texto não é fazer propaganda da Ordem, mas dar exemplo de meninos que passaram por ali, e que de certa forma o que foi falado, tanto por nós, mais velhos, mais experientes, com outra noção, quanto por maçons, quanto por irmãos inexperiente, foi com toda certeza do mundo importante para mudar a vida desses meninos.
Não é uma entidade de caridade, mas uma escola de líderes. e líder não é aquele que é o melhor do seu meio, mas sim, aquele que além de estar cercado pelos melhores, sabe atingir o pensamento de cada um, lapidando o talento daqueles que pensam que não tem nenhum.
Agradeço e muito a Ordem Demolay, o Capítulo Joana D'Arc número 072, e todos os irmãos que já passaram pela minha vida DeMolay, por tudo, principalmente por me dar a oportunidade de passar meu pouquíssimo conhecimento para a formação de novos líderes.

Muito Obrigado"

domingo, 22 de maio de 2011

Exodus, Leon Uris


Quando estava em Vancouver, num domingo, como hoje, resolvi ir até a livraria Chapter, no centro de Vancouver, para comprar alguns livros, comprei dois, Into the Wil (que baseou o filme, "Na Natureza Selvagem) e The Accindetal Billionaires (que deu origem ao livro do Facebook), vi ali um livro que se chamava The Trials Of Zion, que também me chamou a atenção, pois na época estava assistindo a segunda temporada de Mad Men, e em um episódio, a agência deveria fazer a propaganda de Israel.

Voltei pra casa, e comecei a pesquisar sobre aquele livro, e sobre outros livros que tratavam da formação do Estado de Israel, pois por diversas vezes, desde as aulas de religião, me perguntava o porque muita gente não gostava do povo judeu, seria por causa do dinheiro? Seria porque eles só negociam com pessoas de sua religião?

Encontrei o livro Exodus, livro citado no episódio de Mad Men, o qual por ter 895 páginas, deixei para comprar no Brasil, e achei que compraria o Trials of Zion ainda em Vancouver.

O livro Exodus começa tratando de Mark, um jornalista correspondente de um jornal Ianque, que vai encontrar sua amiga de infância Kitty, no Chipre, e ali eles presenciam o final da segunda guerra e a formação do Estado de Israel.

Ali comecei a perceber que o buraco quanto ao fato de que muita gente não gosta de judeus, é muito mais antigo do que eu imaginava, de que a briga entre árabes e judeus é tão antiga quanto a bíblia, mas por outro lado, em nenhum momento, porém o autor Leon Uris, em poucos momentos deixa claro o porque o judeus não são simpatizados.

Com o passar do livro, entra em cena o personagem Ari Ben Canaan, filho de Barak Ben Canaan, que trouxe muitas coisas boas para a Palestina, junto com seu irmão, bem como para o crescimento dos Kibutz da Palestina. Ari, idealiza o navio Exodus, que levará a Palestina crianças vítimas do Nazismo, para a formação do sonhado Estado judeu. Durante o processo de formação da viagem, Kitty, conhece Karen, se apaixona por ela, pois a moça a lembra da filha que perdeu, promete que levará a moça para a América, para criá-la como filha.

O livro deixa claro que havia diversas forças de exercito judeu dentro de Israel, pelo menos três, uma pacifica, uma agressiva, e outra que apoiava a que estava em guerra. E também mostra, como durante um período, pré saída dos ingleses do mandato da Palestina, os árabes e judeus de algumas províncias se davam bem.

O livro mostra muito bem os conflitos existente pré formação de Israel, durante e pós, o medo que ali tomava conta da população, o espírito de luta do povo judeu, que desde os tempos bíblicos lutou e sofreu perseguição de outros povos. Mas não é só isso o que me interessou no livro, mas o conflito interno existente em cada personagem, como por exemplo a paixão escondida de Mark por Kitty, mas por medo de perder sua amiga, ele jamais faria algo por ela. A paixão de Kitty e Ari, a força com que um lutava contra a paixão pelo outro.

A votação na ONU para a formação do Estado de Israel, e toda a ansiedade que aquele momento causou, é muito bem mostrada no livro, bem como a felicidade dos judeus e a ira árabe. O auxílio da comunidade Judia americana, no envio de dinheiro para o crescimento do Estado de Israel.

Durante a leitura do livro fui mais longe, conversei com meu amigo e futuro grande historiador, o qual me deu mais alguns argumentos sobre o objeto do livro, também conversei com meus amigos e tios Vinicius Coltri e Luiz Fernando, que me deram outros argumentos, que fortalecem e muito o livro.

Deveria escrever essa resenha apenas quando acabasse o livro, faltam 120 páginas ainda, mas sabia que era a hora de mostrar o porque esse livro me apaixonou tanto, não sei se conseguir trazer essa emoção as palavras aqui escritas. Vale muito a pena ler, caso queira conhecer o judaísmo, os problemas do povo judeu para com a formação do Estado de Israel.

domingo, 1 de maio de 2011

Saúde Pública

Hoje eu, Zeca, Gradz e Wagnão fomos ao bar nova ver o jogo do palmeiras, contra o corithians, jogo que como todos sabem acabou com vitória do corinthians sobre o palmeiras, num belíssimo jogo, digno de clássico.

Na hora dos penaltis, todo mundo palmeirense que estava no bar ficou de um lado, e corinthianos do outro, ano momento em que o corinthians bateu o ultimo penalti e classificou-se pra final, os corinthianos pulara, Wagnão também pulou, e pisou na cadeira de mal jeito, quebrando a perna....aí começou o sofrimento.

Todos pegaram seu celular, e ligaram para SAMU, bombeiros, polícia militar, deus e todo mundo que pudesse ajudar, ou que tivesse algum contato mais forte para nos ajudar.

Enfim, dados 15 minutos e nem sinal de ambulancia, resolvemos ligar de novo, a minha ligação caiu no samu de SÃO PAULO, que não poderia fazer qualquer coisa, outros dois meninos tentaram, e não conseguiram nada, o pai do Wagner que tinha acabado de chegar, também tentou sem sucesso qualquer ligação.

Após inúmeras ligações, e decorrida 1 hora do acontecimento, chegou a Ambulancia do Corpo de Bombeiros do municipio de DIADEMA, cerca de 4 vezes menor que o municipio de SBC chegou.

Vim falar isso, pois e um vergonha, para um país que sediará copa do mundo e olimpíadas, de verdade, sorte que foi só a perna, pois se ele tivesse um ataque cardíaco a essa hora não estaria mais aqui.

No Paço municipal havia festa do dia do trabalho, engraçado, havia corte de cabelo e barba de graça, 6 viaturas da SAMU lá, e nenhuma no resto de são bernardo, será que pensaram que a população toda de São Bernardo foi pra lá?

Não sou de falar mal, mas sinceramente, pagamos as taxas mais altas de impostos do mundo, e não temos uma saúde, educação ou segurança eficiente, está na hora de tentarmos mudar isso, de melhorar nossos votos, de aumentar nossas cobranças em cima de nossos candidatos.

segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

Fenômeno Canadense

O Canadá está parando, está nascendo uma estrela no mundo do tênis, seu nome Milos Raonic, os canais de esporte não param de falar nele, e ele não para de retribuir tal admiração do país com ele, depois de vencer semana passada o ATP 250 de San Jose, essa semana chegou a final do ATP 500 de Memphis, onde perdeu para o veterano Andy Roddick, num jogo de tirar o fôlego, com parciais de 7-6, 6-7 e 7-5, sendo o ultimo ponto do jogo lindo, demonstração de que Andy Roddick ainda não está morto.

Tive a oportunidade de assistir um jogo do Raonic, no Australian Open desse ano, e apesar de estar na época em por volta de 154 do ranking, os narradores da TSN (ESPN canadense) não paravam de comentar o crescimento desse garoto, de apenas 20 anos, sentiam que o menino iria longe, talvez por acompanhá-lo desde a base, o jogo que assisti ele acabou perdendo contra David Ferrer, nas oitavas de final.

Essas duas ultimas semanas, duas finais de ATP 250, um título e um vice, e seu ranking ainda não publicado até o encerramento do texto, provavelmente será entre 34 ou 37.

O jogo de Milos é um jogo bem rápido, troca de bola não me pareceu ser muito seu forte, é um sacador, no jogo de hoje contra Roddick colocou um saque de 150 mph, algo em torno de 240 kmh, ou seja, dificilmente vem uma resposta comprometedora, fazendo com que ele apenas “mate” o ponto após o saque, apesar que normalmente use um saque e voleio, mas além disso seu forehand e backhand é muito bem executado.

No ultimo jogo que vi dele, que foi contra Fernando Verdasco na final do ATP de San Jose, gostei muito do seu jogo, gosto de jogadores agressivos, “pentelhos”, mas há algo nele que terá de ser melhorado, gosta de tentar acabar logo com o ponto, lógico que ele ainda tem 20 anos, e seu técnico, Galo Blanco, melhorará isso, bem como sua cabeça.
Milos tem tudo para crescer e se tornar um Top Ten, vem jogando de igual para igual com grandes jogadores, como Roddick, Verdasco, entre outros.

Aqui no Canadá, quase todo parque tem quadras de tênis, campo de futebol (sim futebol), área pra futebol americano e pra baseball, ou seja, há um grande incentivo no esporte, pelo menos aqui em Vancouver, o que me leva a crer que essa crescente do Milos Raonic, levará muitas crianças a pratica do tênis nesses parques.

Espero mesmo que Milos se torne um top ten, não sei se esse ano, mas se manter essa constante, no máximo até o Australia Open de 2012, ele já estará no seleto grupo dos dez melhores, e com certeza esperarei por bom jogos dele contra os top ten.

- ALGUNS PONTOS IMPORTANTES:

O que está acontecendo aqui é comparado com Guga e Roland Garros 1997, um boom num esporte que poucos davam olhos, o que é ótimo se souberem aproveitar essa onda, como nós não o fizemos, aliás nós fizemos, muitas crianças, entre elas eu, começaram a jogar incentivado pelo fenômeno Guga, mas não depende só da gente.

Ao contrário do Brasil, a raquete aqui não é tão cara, cerca de 200 CAD (dólares canadenses) a raquete do Nadal, que no Brasil custa por volta de 700 reais, ou seja, mais pessoas tem acesso ao esporte, um pote de bolinha custa 3 dólares, enquanto pagamos cerca de 20 reais no Brasil, não é uma critica aos nossos preços, mas percebe-se que o fato de quadras em parques, preços mais baratos, trazem mais pessoas a pratica do esporte.

Segue um link da semi final de Memphis contra o Mardy Fish, vejam o que acham do jogo do Raonic:
Semi Final Memphis

domingo, 13 de fevereiro de 2011

O que Vancouver tem me ensinado

Só depois de muito tempo tudo passou a fazer sentido pra mim, demorei muito pra saber quem eu sou, sempre duvidei muito de minhas capacidades, seja na carreira que escolhi seguir, seja como amigo, sempre achei que falei muito dos meus problemas para meus amigos, e pouco ouvi os problemas dele, um pouco egoísta de minha parte, é verdade, mas sempre me deram um feedback, que positivo ou negaivo, sempre me ajudou muito.

Um dos propósitos que tive ao vim para Vancouver, além de estudar, foi passar dois meses me conhecendo, descobrindo a minha essência, quem sou eu, o que eu penso e o que eu quero. É verdade que sou temperamental, então pode ser que as palavras ditas aqui, amanhã sejam esquecidas e totalmente opostas.

Nos dois propósitos cresci muito, meu inglês melhorou muito, o speaking está bom, porém o que está me impressionando mais é o quanto estou conseguindo compreender pelo menos 95% do que é dito, seja no rádio, na TV, por professores, etc...

No segundo propósito, já me conheci 60%, assistir “Mad Men” essa semana me fez pensar muito, ler “Into the Wild”, e estar lendo “Accidental Billionares” também tem contribuído, historias de pessoas reais, são melhores que filosofias de quem não teve experiências, descobri em Vancouver, que isso que vivo, e isso que conheço a cada dia, jamais estará escrita em nenhum livro, e que ninguém que ler algum livro poderá imaginar como é

Não sou avesso a livros, pelo contrário, sempre que minha mãe me dava dinheiro quando criança, eu comprava revistas, livros, ela acha que eu não leio, ela não é muito de acreditar em mim, pudera, as vezes que menti, ela descobriu todas, instinto materno, essa é minha mãe, a cabeça da família, gerente de contas da minha casa, diria que o coração de pedra, eu sei como é, porque em certos momentos acho minha cabeça muito parecida com a dela, enquanto meu pai, tem um papel como o meu junto a meus amigos (André Zoboli e Maria Letícia, principalmente) ser o relações públicas da casa, ele é o cara que sabe tudo o que tá acontecendo, e que convence a fazer isso ou aquilo, ele é o cara, pra falar a verdade.

Mudar um pouco o foco pra falar do meu pai, o cara mais forte que eu conheço, tão forte quanto meu avô, ambos passaram por grandes dificuldades no que diz respeito a saúde, e lutaram, e meu pai ainda luta, e vence, porque no fundo é isso que ele é vencedor, acho que nunca falei pra nenhum dos dois o quanto admiro essa virtude, então, celsão, se você ler, saiba o quanto eu te admiro não só por essa, mas por todas as virtudes que você tem e que me ensinou ao longo desses 22 turbulentos anos.

Que seja, estar aqui significa muitas coisas, a primeira em muitos anos que meus pais vem me sustentando cruelmente, antigamente eu trabalhava e sustentava meus roles, meus jantares, aqui não, aqui eles quem bancam, e a cada três dias recebo um email da minha mãe implorando para eu parar de gastar, é eu preciso aprender mesmo a economizar dinheiro, mas hoje é hoje, agora é a hora, porém tenho planos, quando voltar a trabalhar, pretendo aprender a economizar.

Estar aqui me fez rever o valor de muitas pessoas, e fico muito feliz de saber que aquelas que eu gosto muito, e que estão sempre na minha casa, continuaram com o mesmo valor, de irmãos, e que aquelas que eu não sei por qual razão perdi a confiança em algum período da minha vida, realmente não valeria a pena correr atrás dessas amizades quando eu voltar, afinal nem parabéns pelo meu aniversário me deram.

Se eu gosto de comunicação ou de direito, eu realmente não sei, mas aqui em Vancouver, pensei muito em empenhar-me no direito, afinal de contas, já que repeti, é bom fazer bonito nesses dois anos que me restam (ou me sobram), e é nisso que vou trabalhar daqui pra frente, só volta eu me motivar como estou motivado aqui, quando voltar para o mundo real, digo, São Bernardo do Campo.

Por fim, é necessário dizer que entendi o que as pessoas realmente mimadas que conheci diziam quando eles me chamavam de mimado, tentavam fugir do fardo que carregavam, por saírem para restaurantes caros todos os dias, com o dinheiro de seus pais, enquanto eu não saia, pois tinha que economizar meu dinheiro para ter um final de semana agradável com minha namorada e com meus amigos, sorte que descobri que essas pessoas não valem a pena, e o que vale a pena é o que está e sempre esteve debaixo do seus olhos, sua namorada e sua família*.

*Família, por família entende-se pai, mãe, avós, tios, tias, primos, primas, e meus irmãos, que são muitos da mais que um time de futebol, mas que são únicos e os melhores que qualquer pessoa do mundo poderia um dia ter.

Saudades

quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

Mistureba in Vancouver




Estamos em 2011, estou em Vancouver, sentindo a falta de muita coisa no Brasil, mas a minha cabeça não sai daqui de jeito nenhum, com certeza todas as energias positivas que meus amigos, namorada e família me enviaram e me enviam para que essa jornada seja um sucesso estão se realizando.

Essa cidade é maravilhosa, tudo funciona aqui, desde o sistema público de transporte, até a educação da população, todo mundo educado, ninguém até agora foi grosso ou rude comigo, mesmo eu não sendo fluente no inglês.

Em 5 dias que estou aqui visitei lugares maravilhosos, onde sempre tentei conversar com algum canadense para conhecer um pouco mais da historia do lugar, ou sobre o povo canadense mesmo, falando pelo menos sobre o povo de Vancouver, é um povo bem alegre, que adora seus turistas, os tratam muito bem.

Numa dessas andanças, pela marine West side fui pensando na vida, na minha repetência na faculdade, no meu futuro, na minha vida, viajei demais, enfim, tenho certeza que ainda não conheci 5% de tudo que essa cidade tem a oferecer, pretendo ir a um jogo de hockey, que é o esporte favorito daqui, tão favorito, que a cidade para quando tem jogo da seleção de juniores que está disputando o campeonato mundial, e ontem após ganhar de 4x1 dos EUA, estão na final.

No segundo dia assisti dois terços do jogo do canucks (time local) num pub, o canucks depois de 5 anos, voltou a liderar sua divisão, ou seja, a galera aqui para geral pra ver o Canucks jogar.

Outro dia, morrendo de saudades do Brasil, comi num restaurante brasileiro, não bastando almoço, aproveitei e jantei por lá também, mas no almoço, sai meio deprê, com saudade de casa, inseguro com esses dois meses, fui em direção a Granville Street, onde tem umas lojas legais, diferentes, e o Pacific Center (uma espécie de shopping), comprei um energético e sentei do lado de fora para ouvir a música (muitas lojas daqui põe auto-falantes do lado de fora para compartilhar as músicas com os pedestres) e logo começou minha banda favorita a tocar, delicioso tudo isso.

Na escola conheci uns árabes, muito legais, TchuTchu, fã do futebol brasileiro, e Gáli, que eu não entendi nada do que ele disse, mas me parece ser muito sangue bom, conheci além de mais alguns brasileiros, Lari, Babi, Fernando, e um que não sei o nome ainda, a Eve uma suíça, que não quer de jeito nenhum morar na suíça, não sei porque, queria ver se ela fosse pra Colombia, se ia querer voltar.

Outro fã de nosso futebol, é o Fernando, o outro estudante que mora aqui na minha casa, muito legal ele, apesar do cara morar em Madri, ele torce pro Barcelona, e acha que vai casar em mais dois anos, porém em 2014, ele quer vir pra Copa, sem a mulher dele.

A verdade é que procurei as respostas de muitas coisas que andei me perguntando nesse tempo, há alguma sem resposta ainda, algumas que só o tempo poderá responder, mas to feliz, e darei o máximo de mim nessa jornada, pois se por um lado eu tirei o orgulho dos meus pais ao repetir, por outro eu sei que tenho a chance de orgulhá-los com esse curso, de aprender “as much as I can”, e com certeza usar não só o inglês que aprenderei aqui, como toda essa experiência que to tendo, para passar aos meus filhos, netos e bisnetos, simplesmente como meus pais fazem.

Enfim, escrevi tudo junto, de forma estranha, mas acho que hoje a única maneira de mostrar tamanha excitação com esse momento da minha vida é essa, escrever o que vem na minha cabeça, puxando na memória tudo isso, e revivendo esses momentos. Não sei se vocês conseguiram entender tudo isso, sei que alguns conseguirão, mas escrevi, pois andando sozinho lembrei muito do “Into The Wild” e lá diz a verdade: “Hapinness only real when shared” e vocês são as melhores pessoas do mundo para compartilhar a minha felicidade