quinta-feira, 18 de março de 2010

O que a morte de Glauco nos ensina?

Estamos desde a semana passada acompanhando o desfecho do caso do glorioso e saudoso cartunista Glauco, que foi assassinado por um jovem que tinha a mesma crença que ele, a do Santo Daime.

O jovem Cadu, Carlos Eduardo Sundfeld Nunes, tem 24 anos, moço de boa vida, boa família, porém acompanha um drama que muito jovens ricos acompanham: AS DROGAS, aquela que destrói desde as famílias mais pobres e desestruturadas até as famílias mais ricas e mais estruturadas. Segundo o próprio Cadu, ele estava com pouco dinheiro, vez que o dinheiro de sua mesada tinha acabado, e como precisava comprar uma arma, acabou “dando uns Pelé” na avó para conseguir mais dinheiro, comprar drogas, revendê-las e assim trocar por uma arma e mais 70 balas de munição.

QUAL JOVEM DE 24 ANOS QUE AINDA RECEBE MESADA?

Depois de comprar a arma, manteve seu plano, “seqüestrando” seu amigo, F. Iasi, fazendo com que esse o levasse até a casa de Glauco, ambos dizem que Iasi, não teve nada a ver com o crime, tanto que acabou fugindo a hora que viu o rumo que aquilo tomasse. Já Cadu acabou fugindo a pé por uma estrada próxima a casa do cartunista.

Três dias depois Cadu foi encontrado na Ponte da Amizade, onde tentava entrar no Paraguai, quando um Policial Federal o abordou, e Cadu acabou por atirar no Policial, mostrando que esse jovem bandido da classe alta, não tinha a malandragem de um bandido da classe baixa, vez que a fronteira Brasil – Paraguai, para os parâmetros brasileiros ela é vigiada, enquanto a fronteira Brasil – Argentina, cerca de 5km “para baixo” sequer é vigiada, ou seja, caso ele fosse para a outra fronteira, já estaria na Argentina, e provavelmente a essa hora, não se teria a mínima noticia dele.

Após esse breve relato, concluo que o crime foi muito bem planejado por Cadu, fazendo com que o seqüestro de Iasi levasse a crer quer eram dois bandidos, talvez numa possibilidade de assalto, errou ao entrar pela Ponte da Amizade, errou mais ainda ao atirar num Policial Federal.

Qual motivo Cadu tinha? Não era falta de dinheiro, não por exclusão social,uma vez que, segundo um colega que estudou com Cadu, apesar do jovem gostar das drogas, Cadu tinha um bom coração, e todos gostavam dele, então, o que foi? NADA, motivo fútil? Artigo 121, parágrafo segundo, inciso segundo do Código Penal Brasileiro. Homicídio qualificado por motivo fútil, 12 a 30 anos de cadeia, será que ele cumprirá, ou, seus advogados entrarão com medida de segurança?

Sem querer fazer juízo de valor, ou comparação social, mas é interessante que as drogas ilícitas são o terror de todas as classes sociais, bem como o álcool, enquanto as drogas são fornecidas por jovens de classe média baixa, o álcool é fornecido por senhores da classe alta.

Ou seja, sendo contrário aos falsos moralistas, os grandes problemas, os grandes bandidos, não estão somente na classe média baixa, mas também, em todas as classes sociais, sendo um problema da sociedade como um todo, vez que agrega problemas de criação, carência, má índole, malandragem, exclusão social, entre outros fatores que influenciam a vida dos jovens, ainda em formação.

Portanto, enquanto Cadu não tinha motivos, qual motivo tinha Suzane ao matar os pais? Qual o motivo do consagrado médico Hosmany? E o motivo de Champinha? Do assassino de João Helio? NENHUM.... apenas mostrar para toda a sociedade, que há um problema, presente em todas as classes sociais, mas que ninguém faz nada, tentam maquiar, esconder, mas sim, está em todas as classes sociais. Por isso, cabe a nós jovens, ADVOGADOS, PROMOTORES, PUBLICITÁRIO, JORNALISTAS, POLITICOS, etc, a mudar de alguma forma esse cenário que vivemos nos dias de hoje.

4 comentários:

TinnyLinda disse...

Obrigada, Gabriel.
Você sabe por que.
Um beijo

Mário Coppini" disse...

Belo texto.

VColtri disse...

Interessante ponto de vista.

A questão é complexa e por si só seus motivos evidentemente são diversos, mas creio que o estopim transformador é a educação.

Não falo de 'ir a escola', mas de educação nos seus três sentidos:

1. Conjunto de normas pedagógicas tendentes ao desenvolvimento geral do corpo e do espírito.

2. Conhecimento e prática dos usos da gente fina.

3. Instrução, polidez, cortesia.

Parabéns pelo texto e vamos ao trabalho! (expressar opinião é parte do trabalho)

Unknown disse...

Lindooo

Meu orgulho!