Durante muitos anos as gerações
conviveram com poucas mudanças.
Mudanças que em nada atrapalharam a
essência de uma sociedade, apenas lidaram com novas tecnologias, novas formas
de trabalho, novos métodos de estudos, de linguagem, mas nada que atrapalhasse
o convívio que sempre se teve em sociedade.
Porém, vimos que o final da década de 80,
e o inicio da década de 90, uma aceleração, que mudou a forma de convívio,
muito em razão do advento da internet ao mundo, bem como a uma forma de
comunicação mais rápida.
Se antes, o telefone era o principal meio
de comunicação entre amigos, vemos hoje o facebook, e a falsa criação do amigo,
a alimentação de falsos sentimentos de amizade. A parte boa disso tudo, é que
para falarmos com amigos distantes, tudo se tornou mais simples, mas isso não é
nem deve ser aplicado aos amigos que temos por perto.
Afinal, lembro que no começo de dezembro
resolvi mandar um cartão postal para a minha família do Canadá, desejando feliz
Natal e bom Ano Novo, cartão este que chegou apenas em fevereiro, facilidades
que o mundo nos trouxe, mas não podemos esquecer, você parar por um tempo e
escrever para uma pessoa, faz dessa pessoa única, dentro de todo um contexto.
As fotos antigamente, que eram o momento
mais esperado de um “role” interessante, e demoravam horas, talvez dias para
serem reveladas, hoje o leitor de LCD facilitou essa longa espera.
Antigamente o cara mais “cool” da galera,
era aquele que tinha a Polaroid, que revelaria a foto na hora, hoje a maior
parte dos amigos tem o instagram para, além de revelar a foto na hora,
filtrá-la e fazer daquela foto uma “obra de arte”.
Há pouco tempo, o clube e a rua eram os
locais onde mais fazíamos amigos, hoje em dia, as crianças fazem seus amigos no
condomínio, quando a mãe deixa sair de casa e na escola, por uma pura obrigação
de não ser excluído, e se ficar mais tempo na saída trocando figurinha, a mãe
com seu carro na porta do colégio manda uma SMS para o celular da pobre,
inocente criança.
Com toda a certeza, a galera que nasceu
mais perto do XXI, perdeu a melhor parte da adolescência, sem mesmo serem
adolescentes, eles nunca saberão que a maior preocupação neste período, era
qual o horário encontraríamos os amigos no clube, eles jamais saberão o que é
ligar a cobrar pra casa de um amigo, porque jamais, alguém de 15 anos teria um
celular.
Nunca saberão o que é chegar da festa de
15 anos da menina mais bonita da escola, bêbado, com o pai e/ou mãe esperando
acordado, porque hoje em dias eles já têm celulares para os pais não ficarem
tão preocupados.
A verdade é que há em todo esse contexto,
uma americanização da nova geração, onde os principais amigos são os da escola,
e da casa ao lado, onde o caminho é escola – casa – cama, onde não se faz
amigos nos bares, na rua, nos postinhos de gasolina.
Se a preocupação era o que fazer depois
da escola, jogar futebol ou basquete, a preocupação de hoje é que será que
estará online no face, na “live” para jogar um pes2012.
Jamais saberão o que é zoar e ser zoado,
apanhar e bater, porque hoje isso é bullying, e trata-se esse tema para
qualquer zoeirinha que possa haver na escola.
Infelizmente essa geração nasceu fadada a
perder a melhor parte da vida e do convívio com amigos.
Pelo menos, eu posso garantir que a minha
geração 88/89/90 teve chance de aproveitar o último suspiro das coisas boas da
adolescência.
3 comentários:
Para tal, é necessário tubarões
Com toda a certeza...
palpitou o coração
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